18/06/06

Laurinda de Fausto

Oh Laurinda linda, linda – És mais linda do que o sol
Deixa-me dormir uma noite – Nas dobras do teu lençol
Sim, sim cavalheiro, sim – Hoje sim, amanhã não…
Meu marido não está cá – Foi para a feira do Gravão
Onze horas, meia noite – Marido à porta bateu
Bateu uma, bateu duas – Laurinda não respondeu
Ou ela está doentinha – Ou já tem outro amor
Ou então “precura” a chave – Lá no meio do corredor.
De quem é este chapéu – Debroado a galão
É para ti meu marido – Que fiz eu por minha mão
De quem é aquele casaco – Que ali vejo pendurado
É para ti meu marido – Que o trazes bem ganhado
De quem é aquele cavalo – Que na minha esquadra entrou
É para ti meu marido – Foi teu pai quem te mandou
De quem é aquele suspiro – Que ao meu leito se atirou
Laurinda que aquilo ouviu – Caiu no chão desmaiou
Oh Laurinda linda, linda – Não vale a pena desmaiar
Todo o amôr que t’eu tinha – Vai-se agora acabar
Vai buscar as tuas irmãs – Trá-las todas num andor
A mais linda delas todas – Há-de ser o meu amor

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